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Quer trabalhar na roça? Precisa estudar

Por *Edson Bolfe

Por CNA 22 de novembro 2017
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Até pouco tempo, jovens filhos de agricultores e pecuaristas ouviam de seus pais que se não estudassem, teriam que trabalhar na roça. Hoje, aqueles que efetivamente desejam atuar no meio rural, necessitam estudar, e muito.

A agricultura do Brasil já testemunhou centenas de inovações que geraram soluções para o desafio de cultivar os solos tropicais, transformando-a em exemplo mundial de produção, produtividade e diversidade. Diariamente, outras dezenas de ideias inovadoras germinam nos institutos de pesquisa, universidades, escolas técnicas, empresas, startups e nas propriedades rurais.

Imagens de satélite e de veículos aéreos não tripulados (Vants), GPS, georreferenciamento, cadastro ambiental rural e zoneamento de risco climático são termos frequentes no vocabulário dos produtores rurais. A agricultura de precisão tem sido amplificada para o uso de insumos conforme a variabilidade do solo e água de sítios, fazendas e estâncias. Sistemas integrados e mais biodiversos, como o ILPF (lavoura-pecuária-floresta), formam novos mosaicos de uso da terra em todo o Brasil. A agroindustrialização, serviços ambientais e o turismo rural ampliam a renda de milhares de famílias. Conceitos de certificação ambiental, indicação de procedência, bem-estar animal e georrastreabilidade têm se cristalizado no meio rural. Aplicativos de gerenciamento técnico-financeiro da produção de hortaliças, frutas, grãos, carnes, leite, ovos, fibras e madeira tornam-se fundamentais para a sustentabilidade do negócio rural.

A modernização da agricultura tem aumentado substancialmente sua eficiência produtiva. Em análise feita pela Embrapa, a tecnologia foi identificada como o fator mais importante no aumento da produção nas últimas quatro décadas no Brasil. Contribuiu com aproximadamente 60% do valor bruto da produção agropecuária, e o somatório dos demais fatores (terra, mão de obra e recursos financeiros) respondeu por 40%. Porém, o aumento do consumo de alimentos, fibras e energia, diante do crescimento da população, da expectativa de vida, e da renda tem impulsionado os mercados consumidores, tornando-os mais exigentes em alimentos de qualidade e com menor uso de recursos naturais.

Essas condições incentivam a demanda por atividades cada vez mais complexas no meio rural. Produtores e profissionais do campo necessitam de constantes atualizações e de intensificar o trabalho interdisciplinar a fim de gerar novas soluções no dia a dia nas propriedades rurais. A transformação digital eleva as possibilidades para ampliar o conhecimento e interação entre todos os elos das cadeias produtivas. O desafio está em dar maior dinamismo e obter maior integração entre pesquisa, ensino, indústria, comércio, assistência técnica e extensão rural.

Um perfil de inovador, empreendedor, multiplicador e comunicador é requisito imprescindível a todos que buscam no meio rural seu ambiente de trabalho e desejam o contínuo desenvolvimento da agricultura brasileira.

*Edson Bolfe  é pesquisador,  coordenador do Sistema Agropensa - Embrapa

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